Escrevo para me transformar em palavra qualquer. Textos e poemas livres, versos simples. Conteúdo baseado em algo que me inspire: Música, Poesia, Comunicação, Natureza, Cotidiano... Onde houver o belo, ou a ausência dele. Agradeço a atenção dispensada!

13 de janeiro de 2011

E a bendita férias chegou, é hora de relaxar!
Pois é, viajar, visitar parentes e amigos, fazer compras, dormir muito! Tudo isso é maravilhoso. No entanto, muitas vezes quando as férias acabam, fica um sentimento insatisfatório. Por quê?
Viagens, passeios e compras, além de causar problemas financeiros em alguns casos, nos cansam, requerem planejamento, e sempre tende a ocorrer imprevistos. Podendo frustrar suas férias se não forem levados com bom humor e paciência.
O que as pessoas esquecem é que nada melhor para relaxar do que não fazer nada! Não digo ficar o dia todo em casa, dormindo, isso é deprimente. Eu digo fazer coisas simples que normalmente você não teria tempo para fazer, como andar de bicicleta, fazer seu prato predileto, fazer um curso de ferias que não lhe traga retorno financeiro algum, queimar um incenso, praticar qualquer esporte, admirar e sentir a natureza, decorar o ambiente, cuidar do corpo, da saúde, e principalmente do seu espírito. Isso é qualidade de vida!
Eu penso que, não apenas nas férias, é assim que deve ser o ano todo. Não será um mês que mudará todos os outros dias do ano. Não será uma semana na praia, que mudará os outros 358 dias do ano que você passou insatisfeito.
Faça suas escolhas sempre visando à qualidade de vida! Convivendo com pessoas queridas, e trabalhando em algo que lhe traga retorno pessoal e não apenas financeiro. Trabalhar com o que ama, e ainda receber para isso é maravilhoso.
Se o peso de suas decisões for sempre tomado por amor, você jamais irá se arrepender delas. Talvez esse seja o segredo da felicidade.

Pense: No que adianta trabalhar muito, para quando chegar uma certa idade ter dinheiro para fazer tudo o que quer, se seus sonhos não terão mais o mesmo vigor e nem você terá mais a mesma disposição para vive-los.

Viva de maneira simples, mas VIVA AGORA!

OBS: Dedico esse texto para uma grande amiga " Tati" , a qual sempre me atenta sobre a beleza da vida, e de qual eu faço uso de muitas palavras, e reflexões. Te Amo Amiga.

10 de janeiro de 2011

A falta do Ego...

Não vou transformar isso em um diário. Mas não posso ficar apática com um fato de hoje, que gira em torno de uma palavra pequena, com um significado enorme. EGO.
Não vou falar da problemática do excesso de ego, mas sim da falta dele.  O que não deve ser confundido com a falta de amor próprio.
Não basta você estar ciente de suas qualidades, se ninguém mais as nota, é o mesmo que anulá-las. O fato é que notamos as qualidades alheias, mas muitas vezes não nos damos o trabalho de citá-las, diferentemente das falhas, que facilmente são apontadas.
O ego deve ser alimentado, as pessoas precisam ouvir o quão boa é em algo, importante para alguém, ou qualquer outra característica positiva. É natural as pessoas esperarem por esse reconhecimento, é impossível ser feliz sem autoestima.
Criticas, apenas as construtivas, no mais, é melhor calar-se.
Pequenos gestos podem mudar o dia de uma pessoa, um elogio do marido, o reconhecimento do chefe, o carinho de um amigo ou uma gentileza de um estranho
Espalhe sorriso, deseje bom dia, seja agradável. É bom tanto para quem dá quanto para quem recebe. Isso é doar-se ao próximo.
Ego em excesso é auto destrutivo, mas sem ele, nada constrói. O segredo é equilibrar a dose.

30 de dezembro de 2010

O que ficou do lago


Quando despertamos já não era mais
O lago onde brincávamos encheu tanto que derramou
Espalhou-se por ai, e quem não merecia nele se banhou.
As árvores em volta são as mesmas
Talvez os pássaros tenham migrado.

Os novos que chegam para ver
Tem o privilegio de um lago mais reservado,
Menos reluzente, porém límpido.
Há quem diga que um dia o lago seque.

No entanto, ele continua lá
Quase sempre na lembrança
Nos fins de tarde, nas nostalgias
E se um dia o lago secar,
Que o meu bando migre comigo,
Um novo lago nos espera.

Transcender

Bota um samba na roda
Uma ingénua malícia
Quero rir de mim mesma
Quero sentir me íntima.
Pensar sobre tudo,
Falar sobre nada
Expandir
O vento que deixa meu corpo oco
E transborda minha mente
O novo olhar fluir
Como se tudo bastasse
Um milésimo de segundo
Adormecer belo e tranquilo.

Quem sabe dizer?

Perdoe o meu apelo, as minhas indagações
O caminho é confuso demais do lado de cá
Eu sei, é tolice não aceitar os planos

O inicio foi para mim o fim
Às vezes, é melhor não ter do que perder
Isso me deixa tão à vontade para partir
É bom saber que algo familiar me espera

A estrada é longa, veemente breve
Queria permanecer apático,
Apenas um momento.

Quanto tempo leva para enxergar
Às vezes tempo suficiente para estar cego
Quantas provações será preciso
Evoluir é dolorosamente belo

Sede, ânsia, pressa, angustia
Sinto o mundo no portão de casa
Distante de mim
O belo está logo ali!

Ainda há tempo?

Recompensa

A paz chegou junto à estação
Trouxe consigo a lucidez
Que passeava na estação passada
Em busca do que perderá
Quanta tormenta
Foi preciso guardar-me do verão
Para sentir o calor do inverno.


Música

(Nice Dream)                                                  

They love me like I was a brother
They protect me, listen to me
They dug me my very own garden
Gave me sunshine, made me happy
Nice dream, nice dream
Nice dream

(Sonho Bom)

Eles me amam como se eu fosse um irmão
Eles me protegem, me escutam
Eles cavaram-me meu próprio jardim
Deram-me raios de sol, fizeram-me feliz
Sonho bom, sonho bom
Sonho bom
(RADIOHEAD)


Todo final de ano nos tráz uma certa nostalgia. Nos faz repensar sobre tudo o que aconteceu de positivo e principalmente de negativo no ano que se passou. Pois bem, toda essa nostalgia associado ao som melancólico do Radiohead me pôs a pensar: mesmo imaginando vários roteiros possíveis, lugares bacanas e pessoas agradáveis para se passar a virada do ano, ainda assim existe algo que me prende, de uma forma até injusta, a minha cidade natal. Presidente Epitácio (SP), uma cidade pequena, onde o principal atrativo é o rio, maravilhoso diga-se de passagem.
Voltando ao foco, estou falando sobre laços de amizades. Amizades, que mesmo que jamais esquecida por quem as cultivou, só tomam a verdadeira proporção aliadas ao lugar onde nasceram e cresceram.
Essa nostalgia tem um peso ainda maior esse ano, na ausência da principal figura de minhas historias vividas em Epitácio.

Pouco a pouco, porém, descobrimos que não voltaremos a escutar o riso claro daquele, que nos está vedado para sempre tal jardim. É então que principia o nosso verdadeiro luto, um luto que não é dilacerante, mas antes um pouco amargo. Porque nada, jamais, substituirá o companheiro perdido. Velhos camaradas não se criam. Não há nada que valha o tesouro de tanta recordação comum, de tantas horas más vividas juntamente, de tantas zangas e reconciliações, de tantos movimentos de coração. Estas amizades não se refazem. Ao plantar-se um carvalho, é vão ter a esperança de se poder gozar brevemente da sua sombra.

(Saint-Exupéry, in Terra dos Homens)

Retornar a cidade onde se viveu as experiências mais importantes da sua vida ja teve um gosto meio amargo para mim, e não há como negar a tentativa frustrante de resgatar algumas épocas. No entanto é inevitável os desencontros da vida, tudo mudou, os assuntos, a roda, os programas, até mesmo os risos. E tomamos nota disso. Mas por que ainda se alimenta a esperança de que vamos retornar a cidade e encontrar tudo como deixamos?
Expresso esse mesmo pensamento no poema "O que ficou do lago " . A tarefa é deixar o passado no passado. Relembrar não é viver, é apenas relembrar.
Engraçado como paramos as pessoas no tempo, na época em que convivemos. Acho que a resposta consiste em cultivar velhas amizades, mas crendo e aceitando as mudanças individuais.
O livro " Quem mexeu no meu queijo"  do Spencer Johnson, é uma parábola que retrata a vida, uma analogia ao cotidiano do ser humano, sujeito a mudanças inesperadas, o que me chamou a atenção ao dizer que "devemos sempre ir em busca do novo queijo", agregar valor a novas coisas. Uma tarefa diária.

Nessas datas tão solenes, nada mais natural do que querer estar perto de pessoas amadas. Por fim, estou ansiosa para rever alguns amigos, e mais ansiosa ainda para reconhece-los. Velhos amigos, Novas historias.