(Nice Dream)
They love me like I was a brother
They protect me, listen to me
They dug me my very own garden
Gave me sunshine, made me happy
Nice dream, nice dream
Nice dream
(Sonho Bom)
Eles me amam como se eu fosse um irmão
Eles me protegem, me escutam
Eles cavaram-me meu próprio jardim
Deram-me raios de sol, fizeram-me feliz
Sonho bom, sonho bom
Sonho bom
(RADIOHEAD)Todo final de ano nos tráz uma certa nostalgia. Nos faz repensar sobre tudo o que aconteceu de positivo e principalmente de negativo no ano que se passou. Pois bem, toda essa nostalgia associado ao som melancólico do Radiohead me pôs a pensar: mesmo imaginando vários roteiros possíveis, lugares bacanas e pessoas agradáveis para se passar a virada do ano, ainda assim existe algo que me prende, de uma forma até injusta, a minha cidade natal. Presidente Epitácio (SP), uma cidade pequena, onde o principal atrativo é o rio, maravilhoso diga-se de passagem.
Voltando ao foco, estou falando sobre laços de amizades. Amizades, que mesmo que jamais esquecida por quem as cultivou, só tomam a verdadeira proporção aliadas ao lugar onde nasceram e cresceram.
Essa nostalgia tem um peso ainda maior esse ano, na ausência da principal figura de minhas historias vividas em Epitácio.
Pouco a pouco, porém, descobrimos que não voltaremos a escutar o riso claro daquele, que nos está vedado para sempre tal jardim. É então que principia o nosso verdadeiro luto, um luto que não é dilacerante, mas antes um pouco amargo. Porque nada, jamais, substituirá o companheiro perdido. Velhos camaradas não se criam. Não há nada que valha o tesouro de tanta recordação comum, de tantas horas más vividas juntamente, de tantas zangas e reconciliações, de tantos movimentos de coração. Estas amizades não se refazem. Ao plantar-se um carvalho, é vão ter a esperança de se poder gozar brevemente da sua sombra.
(Saint-Exupéry, in Terra dos Homens)
Retornar a cidade onde se viveu as experiências mais importantes da sua vida ja teve um gosto meio amargo para mim, e não há como negar a tentativa frustrante de resgatar algumas épocas. No entanto é inevitável os desencontros da vida, tudo mudou, os assuntos, a roda, os programas, até mesmo os risos. E tomamos nota disso. Mas por que ainda se alimenta a esperança de que vamos retornar a cidade e encontrar tudo como deixamos?
Expresso esse mesmo pensamento no poema "O que ficou do lago " . A tarefa é deixar o passado no passado. Relembrar não é viver, é apenas relembrar.
Engraçado como paramos as pessoas no tempo, na época em que convivemos. Acho que a resposta consiste em cultivar velhas amizades, mas crendo e aceitando as mudanças individuais.
O livro " Quem mexeu no meu queijo" do Spencer Johnson, é uma parábola que retrata a vida, uma analogia ao cotidiano do ser humano, sujeito a mudanças inesperadas, o que me chamou a atenção ao dizer que "devemos sempre ir em busca do novo queijo", agregar valor a novas coisas. Uma tarefa diária.
Nessas datas tão solenes, nada mais natural do que querer estar perto de pessoas amadas. Por fim, estou ansiosa para rever alguns amigos, e mais ansiosa ainda para reconhece-los. Velhos amigos, Novas historias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário